segunda-feira, 20 de julho de 2015

Que venha a CUBA!

Hábitos de higiene vão muito além de lavar mãos e rosto, tomar banho e escovar dentes. Aos olhos dos arquitetos, tais atividades envolvem acesso à rede de água encanada e esgoto, ambiente próprio, e louças e metais sanitários com tecnologia avançada a fim de facilitar qualidade de vida saudável. A partir disso, veio-me a inspiração para fatura da cuba Hexie.


Cuba de apoio da Linha Hexie
Conformação em molde de gesso
Massa cerâmica tabaco com esmalte transparente

Viés                    
HISTÓRICO 

Diferentes situações compõem o ato de se lavar desde a Antiguidade. Os egípcios tomavam ao menos 3 banhos por dia e realizavam rituais sagrados na água. Os gregos iniciaram a prática dos banhos públicos que tomou proporções suntuosas com as termas do Império Romano. Mas a Idade Média abriu as portas para o mau cheiro e as doenças: lavar mãos e rosto bastava e, normalmente, nem isso. Quando chegaram ao Brasil, os portugueses se admiraram com a limpeza dos índios, que mergulhavam nos rios várias vezes ao dia. Com o tempo os nobres da corte começaram a lavar os pés em bacias e, no século 18, algumas cidades usavam água de poços e chafarizes. Lavar-se só virou rotina com a inserção do banheiro dentro de casa em 1930 e, ao todo, há 85 anos.


1 Bacia onde sacerdotes lavavam pés e mãos em ato de purificação para entrar no tabernáculo [lugar onde os hebreus guardavam e transportavam a arca da aliança e demais objetos sagrados durante o Êxodo até os tempos do Rei Davi] | 2  Pia de pedra para lavar as mãos na rua lateral da sinagoga, na época de Jesus, em Magdala: cidade de Maria Madalena [Projeto Magdala Center] Foto: jornalistacamilo.blogspot.com/2013_11_28: A visita apressada aos lugares sagrados na Terra Santa | 3 Gomil e bacia de prata do Porto, Portugal, com marca do ourives João Martins de Souza, 1865. Foto: dutraleiloes.com.br/2011_set.:catálogo | 4 Lavatório de coluna Monoroll, do estúdio nipo-canadense Nendo. Foto: Arquitetura&Construção/ 2014_nov.

                                                                                                                Pegada
SUSTENTÁVEL

De acordo com o relatório da FAO-ONU [Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura], o uso doméstico não é o grande vilão do consumo de água doce. As perdas são em torno de 10% depois daquelas da indústria (20%) e da agricultura (70%). Porém, é preciso evitar o desperdício por meio de atitudes simples. Na hora de combinar cuba com torneira, escolher modelos com arejadores embutidos, que misturam bolhas de ar no fluxo de água, reduzindo a vazão em 50%. Não ignorar nenhuma gota pingando: um furo de 2mm resulta um gasto de 3.200 mil litros/dia. Antes de lavar o instrumental do atelier, raspar bem os resíduos de argila; depois, em uma bacia com água, ensaboá-lo e só então abrir a torneira para enxaguá-lo afinal. Estima-se que o consumo médio de 111 litros, que equivale a uma torneira aberta por 15 minutos, cai para 20 litros. Podemos (e devemos)!


1 Colapso do Reservatório Cantareira, em São Paulo. Foto: cantareira.org | 2, 3 e 4 Arejadores de torneiras para economia de 10% a 45%  no consumo de água.


Objeto-Conceito

Marrom por dentro e por fora, vidro, e alto-relevo na borda externa, a cuba de apoio da linha Hexie (30 cm de diâmetro e 15 cm de altura) pode conferir ao banheiro um clima agradável e sofisticado. A instalação artística abaixo a deixa muito mais exclusiva – sua característica básica.




REGINA FRANCO Julho 2015