sexta-feira, 22 de maio de 2015

Foco nos PRATOS

Não dá para evitar: pratos nunca saem de moda. São indispensáveis em qualquer mesa e têm desempenho estético nas paredes. E ainda: tornaram-se objeto de arte nosmelhores museus do mundo e, itens do leilão anual do Museu Lasar Segall, em que artistas plásticos contemporâneos participam. Nomes como Beatriz Milhazes, Paulo Mendes da Rocha e Jac Leirner fazem parte da lista incrível que criou pratos para o evento. Em 2006, ano da sua nona edição, o prato de Tunga [Antônio José de Barros de Carvalho e Mello Mourão]  atingiu o valor de R$ 21mil. Ficou animado para iniciar sua própria coleção? Então seja bem-vindo ao mercado do luxo!


 Viés                    
 HISTÓRICO 

Tigelas de uso coletivo são o precedente arqueológico do prato. No século 16, registra-se o uso individual, em substituição às tábuas da Idade Média, para servir alimentos. Repertório de nobres e reis, [o povo comia em panelas!] desembarcou no Brasil junto com a família real portuguesa, perpetuando-se como sinônimo de elegância e requinte à mesa, passando de mãe para filha e, logo invadindo o décor da casa e resistindo... (Tem algo mais parecido com a casa da vovó do que pratos da Companhia das Índias nas paredes da sala de jantar?)
                                                                                                  

1 Pratos D. João VI, século 18, em porcelana da  Cia. das Índias, da época do imperador Quianlong: 1736-1795. Foto Divulgação Casa Vogue: 22 Set. `14 | 2 Pratos Butterfly Christian Lacroix, em porcelana da Vista Alegre, Portugal | 3 Prato de Tunga para o leilão Pratos para Arte IX : 2006. Foto do Museu Lasar Segall, São Paulo.

                                                                                                                             Pegada
SUSTENTÁVEL

Em 13 de março de 1996, entrou em vigor a Portaria nº 27 da ANVISA [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], que aprovou o Regulamento Técnico sobre embalagens e equipamentos de vidro e cerâmica em contato com alimentos. O RT determina que fica proibido o uso de embalagens e equipamentos de cerâmica porosa . Mais que isso, a face em contato com o alimento deve ser de vidrado íntegro. O RT relaciona-se com a norma ISO 6486-2: 1999 que determina os limites admissíveis de cádmio e chumbo do vidrado, reduzindo riscos para a saúde humana. Lembro: o RT não contempla a categoria decorativo, quando podemos escolher tratamento de superfície que dispense uma segunda queima –  em busca de atitudes verdes e mais racionais.


Objeto-Conceito

Unindo memórias, traços do passado e interpretações atuais, exploro preferencialmente a forma quadrada, plana ou côncava no centro, pensando se utilitário em servir finger food, mas que possa ser capaz de compor decorações com outros objetos. O importante é não deixar de sofisticar a casa!


Prato da Linha Hexie
Conformação em placa e alto relevo
Massa cerâmica tabaco e branca com esmalte transparente



REGINA FRANCO Maio 2015